Campanha da Fraternidade (CF)
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Arquivo DR - * Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
A CF É o modo brasileiro de celebrar a Quaresma. Ela não esgota a Quaresma. Dá-lhe, porém, o tom, mostrando, a partir de uma situação bem especifica, o que o pecado pode fazer quando não o enfrentamos. Por isso, a cada ano, recebemos um convite para viver a Quaresma à luz da CF e viver a Campanha da Fraternidade em espírito e conversão pessoal, comunitária e social.
Este ano, com o tema “Fraternidade e Fome”, somos convocados a considerar a fomo como referência para nossa reflexão e nosso propósito de conversão. Temos, sem dúvida, fome de Deus. Desejamos estar com Ele e poder participar de seu amor e de sua misericórdia. Temos fome de paz, fraternidade, verdade, concórdia e tudo mais que efetivamente nos humaniza.
A fome, vem sabemos, é um ato de preservação. É um sinal par que não nos distraiamos quando nosso organismo sene falta do necessário para viver. O que ocorre, porém, quando o alimento não chega a todo ser humano? O que faz uma sociedade ter filhos e filhas a quem, embora busquem, clamem, gritem e chorem, não chega o alimento? Por isso á fome é também um desafio social, humanitário, uma situação que não se pode deixar de enfrentar, pois a fome de uns – a fome de uma só pessoa! – onera a todos nós, onera a sociedade inteira. Cada ser humano que não encontra o necessário para se alimentar, é, em si, um questionamento a respeito dos rumos que estamos dando a nós mesmos e à nossa sociedade. A fome é um dos resultados mais cruéis da desigualdade. Afeta inicialmente os mais necessitados. Atinge, contudo , a todos, diz respeito à sociedade inteira. Esta é a razão pela qual o Papa Francisco, sem rodeios, afirma que “não há democracia, se existe fome”.
O Brasil sente fome. Milhões de brasileiros e brasileiras experimentam a triste e humilhante situação de não poder se alimentar nem dar aos seus filho e filhas o alimento indispensável a cada dia. Por isso, a CNBB apresenta, pela terceira vez, o tema da fome para a Campanha da Fraternidade (1975,1985 e 2023).
Ao falar da vida eterna, Jesus utilizou a imagem do banquete (Mt 22,2)), mostrando-nos que o desejo do banquete eterno deve se traduzir em atitudes de compromisso com uma sociedade em que o alimento esteja em todas as mesas. Jesus teve compaixão da multidão faminta (Mt 14,14-21). Embora os discípulos apontassem a solução de deixar o problema nas mãos de quem corria o risco da fome, Jesus abre os olhos e os coração destes mesmos discípulos para que não se justifiquem diante da impossibilidade, mas compreendam que ao mudança da realidade começa com eles, em escuta ao Senhor, que lhes ordena darem, eles mesmos, à multidão, o que comer. Jesus indica outra maneira de compreender as interpelações que a vida nos traz. Ultrapassando a lógica imediata, ele aponta para a necessidade de agir conjuntamente, ainda que as dificuldades sejam grandes e os recursos pequenos. Quando acolhemos o mandamento do Senhor, nosso modo de compreender os desafios torna-se outro e o resultado é infinitamente maior.
Que, portanto, esta Quaresma seja vivida em forte espírito de solidariedade. Que nosso jejum abra nosso coração aos irmãos e irmãs que sofre com a fome. Que o Senhor Jesus nos possa um diz dizer: “Vinde (...) eu estava com fome, e me destes de comer; todas as vezes que fizestes isso a um destes mínimos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! (Mt 25, 34-40. (Texto Base da Campanha da Fraternidade 2023).
* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida
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